Onde está o dinheiro

Viajar para países muito pobres permite perceber que a maioria dos locais tende a olhar para os estrangeiros como um multibanco ambulante que garante o seu rendimento mensal e a comida na mesa diariamente.

No espectro oposto desta necessidade constante, temos aqueles que se apaixonaram pelo dinheiro e faliram, tendo o orgulho e a raiva revertidos contra a sua natureza.

Muitos europeus e norte-americanos, cuja auto-imagem se baseia no orgulho, seja em relação à sua nação, ao seu trabalho ou à sua reputação, não sofrem agora apenas de falta de dinheiro, mas também de depressão e falta de objectivos na vida.

Eles se enraizaram no espectro espiritual mais baixo e, quando o dinheiro acaba, tornam-se recipientes vazios.

Um indivíduo verdadeiramente espiritual, por outro lado, não se concentrará nos resultados materiais, mas sim nos emocionais. Essa é a diferença entre aqueles que viajam agora para a América do Sul em busca de um estilo de vida melhor e aqueles que procuram a próxima fortuna na China.

É interessante também notar que geralmente os pobres não usam a internet para obter informações sobre como criar um negócio ou adquirir conhecimentos que possam melhorar seu estilo de vida, embora muitas vezes tenham contas de e-mail.

Desvalorizar a informação parece ser a atitude comum dos pobres, enquanto a emigração serve propósitos diferentes, dependendo da mentalidade primordial.

Dentro do actual intercâmbio de recursos humanos em todo o mundo, podemos notar que os pobres vêem apenas uma fonte de rendimento que é o turismo, por isso concentram-se em ganhar dinheiro da única forma que conhecem, que é copiando o que vêem.

Concluindo, poderíamos dizer que o conhecimento abre os horizontes para aqueles que podem ver além, mas tal evidência estaria longe de ser suficiente.

Embora o contexto cultural afecte a atitude da classe pobre em todo o mundo, também observamos que existe uma certa dependência tanto da classe baixa como da classe média em relação à classe alta.

Para a classe baixa, trabalhar significa coisas como dar uma carona em sua motocicleta, vender lixo adquirido muito barato na China ou levá-lo para passear de carruagem com um cavalo faminto.

Para a classe média, significa outra coisa, com base no que eles acreditam – conseguir um emprego que pague bem.

Tanto a classe baixa como a classe média vivem dentro do mesmo paradigma, que deriva de um mundo obsoleto que aprenderam a aceitar como real e único.

À medida que este mundo muda, estas duas classes tornam-se mais pobres e mais semelhantes, porque não conseguem analisar a realidade a partir de perspectivas diferentes.

Temos não apenas uma classe média em desaparecimento e uma classe cada vez mais baixa, mas também uma tendência para ambas se tornarem mais pobres.

O desespero é, neste momento, apenas um reflexo dos efeitos dos comportamentos delirantes numa economia que persistirá em mudança, deixando para trás os actuais padrões industriais.

Este livro mostra por que isso acontece e onde está o dinheiro para aqueles que desejam obtê-lo na próxima nova ordem mundial.